sexta-feira, 11 de maio de 2012

Maresia


Uma barraca em meio a toda aquela areia da praia. Lá, duas almas em corpos emprestados enquanto um vento terral esfriava a primeira noite. Eu estava deitada no lado de fora olhando no céu aquela lua em meio às estrelas que mesmo a quilômetros de distancia uma da outra não eram solitárias. Eu o vi se juntando a mim e deitando ao meu lado na toalha. Ficamos horas e horas simplesmente no silêncio até que pegamos no sono e fomos levados por nossos sonhos.
Uma claridade me incomodava. Abri os olhos e vi que o dia estava amanhecendo. Olhei para o lado e notei que os olhos verdes que me encararam noite passada ainda estavam fechados. Sorri e fechei meus olhos como se quisesse que o tempo parasse e ficasse eternamente ali. Com o barulho das ondas quebrando e das gaivotas que planavam no ar acima de nós.  Enquanto fantasiava que aquilo duraria para sempre ele acordou e abriu os olhos lentamente. Beijou a minha testa com um cuidado imenso para que não acordasse. Só me fez abrir os olhos novamente sussurrando bom dia ao pé do ouvido.