Uma barraca em
meio a toda aquela areia da praia. Lá, duas almas em corpos emprestados
enquanto um vento terral esfriava a primeira noite. Eu estava deitada no lado
de fora olhando no céu aquela lua em meio às estrelas que mesmo a quilômetros
de distancia uma da outra não eram solitárias. Eu o vi se juntando a mim e
deitando ao meu lado na toalha. Ficamos horas e horas simplesmente no silêncio
até que pegamos no sono e fomos levados por nossos sonhos.
Uma claridade
me incomodava. Abri os olhos e vi que o dia estava amanhecendo. Olhei para o
lado e notei que os olhos verdes que me encararam noite passada ainda estavam
fechados. Sorri e fechei meus olhos como se quisesse que o tempo parasse e
ficasse eternamente ali. Com o barulho das ondas quebrando e das gaivotas que
planavam no ar acima de nós. Enquanto
fantasiava que aquilo duraria para sempre ele acordou e abriu os olhos
lentamente. Beijou a minha testa com um cuidado imenso para que não acordasse.
Só me fez abrir os olhos novamente sussurrando bom dia ao pé do ouvido.