terça-feira, 18 de dezembro de 2012

E se?


E se sua vida acabasse agora teria feito tudo valer a pena? Poderia ir e não deixar nada para trás? Nenhum argumento não dito, algum desculpas, algum abraço de obrigada não dado. Pego meu antigo caderno preto. Abro nas paginas em que fiz anotações durante uma aula. Aquela aula que me fazia pensar no que tinha, no que era, no que não deveria ser, macaco. Todos nós perdemos a arte de nos encantar com as coisas como se fosse a primeira vez que víssemos. Perdemos nossa essência e a vida toma um rumo fútil. Pequenas coisas ruins escondem magníficos sentimentos. Jura que esse final escondeu tudo de bom que tivemos? Não quero escrever de você, não mereces.
Quero escrever da vida. Qual é o seu sentido além do qual decidimos dar a ela? Defini o que eu quero e vou viver a minha em pequenos momentos, cada um com seu cheiro, sua essência, seu gosto. Um cheiro que me lembre a minha mãe, um cheiro de bolo que me lembre a minha avó. Viver pequenos momentos, pequenas vontades, pequenos desejos.
Se minha vida acabasse agora não ficaria satisfeita. Não me arrependo do que já fiz. Porém, não abracei suficiente, não disse – eu te amo – a todos que amo. Não conquistei todas as novas amizades que quis, não dei um last kiss. Não viajei o suficiente e não conheci tudo que quero conhecer desse mundo. Já vi neve, mas não fiz bonecos, nem fiz anjos que com ajuda para levantar ficariam perfeitos. Tenho orgulho do que vivi e do que hoje sou. Das pessoas que tenho comigo e que merecem meu ombro. Feliz com as pessoas que já aconselhei a pensar duas vezes, mudar e ajudar a sair da fase macaco, egoísta. Mas algumas delas, de lá, será difícil sair. Sinto orgulho da minha família, orgulho de mim. Um dia seguirei meu sonho mais a fundo, e talvez através de versos mude pensamentos dos mais hipócritas e desacreditados. Se não mudar, terei feito pelo menos minha parte. Corrido atrás e tentado. Então poderei ir, para sempre, para um céu estrelado aonde descansarei. 

domingo, 16 de dezembro de 2012

A mil batidas


Estamos todos na praia, você havia alugado um dos apartamentos dos meus pais para que ficasse mais próximo do campeonato de surf que participava. Era final de tarde, te levei na porta ao lado para conhecer onde eu ficava. Minha mãe cozinhava, meu pai arrumava algo na sala. Na varanda te mosto a luz da lua cheia daquele dia. Voltando em direção a porta senti que teria um abraço de despedida, como já tive um dia, de parabéns e soube me controlar. Não sabia se dessa vez me controlaria. Mas então nossa aproximação foi interrompida pela campainha, outro surfista havia vindo pagar o resto do aluguel. Vocês se sentam no sofá enquanto eu me retiro para um banho. Ao desligar o chuveiro escuto uma discussão na sala, escuto que palavras mal escolhidas a causaram. Escuto a porta bater. Ainda enrolada naquela toalha tenho meu coração querendo escapar do peito. Saio em direção à sala e tudo se passa muito rápido. Não o vejo mais, tento entender o porquê de tudo. Escuto a voz grossa do meu pai dizendo: Ele vai embora.
Meu coração disparava a mil por segundo e pensamentos voavam se esbarrando um no outro. Não podia deixar que ele ficasse longe de mim e abrisse mão do campeonato. Abri a porta da frente e me vi no corredor vazio. Dalí ele já havia passado. Desço as escadas e saio em direção à rua. A noite estava escura, mesmo com sua lua cheia. As luzes dos postes iluminavam muito pouco ao meu olhar. Havia muitos surfistas na rua naquela hora, não sabia por quê. Só pensava em te achar. Grito seu nome. Duas, três vezes. Corro as escadas da entrada do prédio até que consigo te ver do outro lado da rua. Meu coração para, tudo para, os carros param e você corre em minha direção. Senti seus braços fortes ao redor de mim o mais forte que já tinha sentido algum dia. Me segurava forte e senti que nunca mais sairia do seu lado. Nossos lábios se tocaram e intensamente o mundo começou a girar, parecíamos estar sozinhos num momento único. Meu coração disparado não parava quieto. Abracei-o mais forte e tentei fazer o tempo parar para que juntos ficassemos pra sempre. O tempo parou, mas foi em sinal do meu despertador que tocara na cabeceira. Avisando-me que tudo não teria passado de um sonho e que ainda estava longe, muito longe.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

As Kids


If I am afraid, or shy, or with my eyes filled with tears, embrace me. If I am being bothered by other guy, do not start a fight, wrap your arms around me and just show that I'm already yours. Call me, do not send just messages, I like listening to your voice. Ask me to an unexpected program, even if it is just to lie on the couch in your house and do nothing. I do not care about what but whom. If I say I've never done that or just that I don’t know how, just say that you teach me. Take me to the sea and teach me how to float. If I’m sad and don’t want to talk, do not insist, just say that everything will be fine. Do me a massage, I love that. Kiss my forehead and hug me strong that I’ll feel safe. Open the door and let me in first. If I fall, offer me your hand and help me get up. Do not stare at me for long because I’m shy and certainly I’ll blush.  Suddenly kiss me and surprised me. Take me out to dinner, maybe a hot dog. Want me, I'm all desire. Let me go and wait for me to come back. But do not go away, never.


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Four months


Today, with this beautiful sunrise, I say thank you for the four months that I’ve been here. This has been an amazing opportunity to live a totally different reality than what I used to have. I've met awesome people that are experiencing what I am experiencing now, and who will be with me for all my life. I've met Danes that bring me a smile even if a tear drop wants to escape. If one day I feel alone, or that these friendships are not as strong as I wish, another day comes and I feel ok again. It’s a bipolarity that confuses me and makes my heart change beats. The snow comes and laughs between the snow balls flying in our direction. White flakes that fall from the sky bring me a smile while I walk alone to a coffee bar. It shows me how life can be beautiful and my imagination goes far away. This sun, that now hits my eyes, makes me warm and I keep on my way. Recorded notes that once went out of a piano are now playing on my earphones. How can I love so much this feeling that I always feel? The cold hits my cheeks and makes them blush. I want a coffee or a hot chocolate that makes me warm inside. I accept being alone, but I prefer to have company.

[Translated]

Fire måneder Quatro meses


Hoje, com esse nascer do sol lindo, agradeço os 4 meses que estou aqui. Essa oportunidade incrível de viver uma realidade totalmente diferente que tinha. De conhecer pessoas incríveis que passam pelo que eu passo e que pra toda vida estarão comigo. De conhecer dinamarqueses que me trazem sorrisos se alguma lagrima quiser escapar. Que mesmo que algum dia me sinta só, ou que essas amizades não são tão fortes como queria, outro dia passa e me sinto ‘bem’ novamente. Uma bipolaridade que me confunde e faz meu coração variar batimentos. A neve chega e gargalhadas em meio a bolas de neve voando em nossa direção. Flocos brancos que caem do céu me trazem um sorriso ao caminhar sozinha para em café. Me mostram como a vida pode ser tão linda e minha imaginação vai longe. Notas gravadas que saiam de um piano tocam agora através dos meus fones no ouvido. Como posso amar tanto a sensação que isso me dá? O frio bate nas minhas bochechas e as faz corar. Esse sol que agora bate em meus olhos me esquenta e assim continuo meu caminho. Quero um café, um chocolate quente que me aqueça internamente, aceito sozinha, mas prefiro acompanhada.