Tu me chamou
de lado e eu já tinha cansado de imaginar como isso aconteceria, eu já tinha
criado mil ilusões. A ficha só caiu quando a tua boca encostou na minha e eu
flutuei. Esperei tanto tempo. Como você ainda me faz arrepiar? Você
era a prova viva de que não chove no meu quintal. Era a prova de que eu tinha
crescido e desenvolvido vontades, que vontades.
Fomos pro
teu apê e no elevador você me deu duas opções: uma exigia silencio pra não
acordar ninguém e a outra não. Meu corpo tremeu. - É - Se isso
tivesse acontecido semana passada, eu não teria te pedido pra ir com calma,
teria pedido pra tirar tua roupa pra mim. Observar teu corpo moreno sob uma luz
que merecia elogios. Teria deixado você me tocar em cima daquela bancada por
horas, até você cansar e me implorar pelo sofá.
As almofadas
teriam se espalhado pelo chão e eu não me responsabilizaria pelas tuas dores
pós-cirúrgicas. O meu calor e o teu prazer não teriam deixado a tua mente
pensar nenhum segundo. Teus instintos sairiam pelos teus poros e me consumiriam
inteira. Eu lembro
que teu rosto encontrou abrigo nos meus seios. Mas, e se eu te desse moradia
fixa? Sua boca sairia de casa e percorreria a vizinhança toda. Cada milimetro
do meu corpo nu arrepiado por você. Tuas mãos na minha cintura não aguentariam
nem um minuto antes de descer para a minha bunda e me ter como nunca.
Me segurar contra você a noite inteira, sem hora pra acabar e sem taxi pra me levar pra casa. Com nossos sons e gemidos ecoando pelo bairro até amanhecer. Porque, lá no elevador, eu não escolhi o silêncio.
Me segurar contra você a noite inteira, sem hora pra acabar e sem taxi pra me levar pra casa. Com nossos sons e gemidos ecoando pelo bairro até amanhecer. Porque, lá no elevador, eu não escolhi o silêncio.