segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Sua meteorologia

Vento e energia
Tira tudo do lugar
Ele passa
Marca para sempre

Assim te espero
Você, furacão.

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Não

Você é território proibido
O leite condensado pra intolerantes à lactose
Bomba no avião e um grito em templo de silêncio

Toque na Monalisa 
Gracinha com os guardas da rainha

Àlcool de barriga vazia

É problema.

domingo, 18 de junho de 2017

Seu efeito

Tu me chamou de lado e eu já tinha cansado de imaginar como isso aconteceria, eu já tinha criado mil ilusões. A ficha só caiu quando a tua boca encostou na minha e eu flutuei. Esperei tanto tempo. Como você ainda me faz arrepiar? Você era a prova viva de que não chove no meu quintal. Era a prova de que eu tinha crescido e desenvolvido vontades, que vontades.

Fomos pro teu apê e no elevador você me deu duas opções: uma exigia silencio pra não acordar ninguém e a outra não. Meu corpo tremeu. - É - Se isso tivesse acontecido semana passada, eu não teria te pedido pra ir com calma, teria pedido pra tirar tua roupa pra mim. Observar teu corpo moreno sob uma luz que merecia elogios. Teria deixado você me tocar em cima daquela bancada por horas, até você cansar e me implorar pelo sofá.

As almofadas teriam se espalhado pelo chão e eu não me responsabilizaria pelas tuas dores pós-cirúrgicas. O meu calor e o teu prazer não teriam deixado a tua mente pensar nenhum segundo. Teus instintos sairiam pelos teus poros e me consumiriam inteira. Eu lembro que teu rosto encontrou abrigo nos meus seios. Mas, e se eu te desse moradia fixa? Sua boca sairia de casa e percorreria a vizinhança toda. Cada milimetro do meu corpo nu arrepiado por você. Tuas mãos na minha cintura não aguentariam nem um minuto antes de descer para a minha bunda e me ter como nunca.

Me segurar contra você a noite inteira, sem hora pra acabar e sem taxi pra me levar pra casa. Com nossos sons e gemidos ecoando pelo bairro até amanhecer. Porque, lá no elevador, eu não escolhi o silêncio. 

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Hoje o sertanejo inundou o quarto e eu dancei. De olho fechado as memórias rodopiaram comigo. Pra lá e pra cá.

As batidas mais fortes do coração deixavam claro o que não passamos. Meu corpo no seu, seu corpo no meu. Rolando no lençol, sem pudor e sem amanhã.

Eu encaixava no seu braço enquanto posávamos pra nós mesmos. Vimos coisas lindas. Sua mão na minha cintura e em alguma curva dessa vida eu escorreguei.

domingo, 20 de abril de 2014

Hemorragia

Naquele banco do parque teus olhos brilhavam com tanta certeza de dor. A dor que eu te causava. Com poucas palavras quis tirar a faca do teu peito, cicatrizar teus cortes, curar tuas dores. Beijar tua boca e tirar toda tua angustia, tua agonia. Te curei por pouco tempo, desejava eu curar de vez. Até que voce se apunhalou novamente e abriu novos rasgos. Repetidas vezes fez-se sangrar. Teu corpo não reagia mais. Tua mente não raciocinava direito. O mundo ainda girando e voce sem saber o que fazia nele. Até que então, teu coração parou. Gelado, frígido, não amava mais. Ou melhor, será que já amou?

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Carta tardia

O que faria voce se tivesse a chance de começar novamente. Apagar todo o passado e começar do zero. Se apresentar com verdade nos olhos e calma no teu coração. Serias diferente do que és? Tentaria mudar por nós? Um pedido único para que não fosse assim, e parece que teu amor te ensurdeceu. Fez com que a tua chance tão esperada fosse desperdiçada. Não quero esse voce pra mim. 
                                                                                                           Adeus, Stefanie.

domingo, 12 de maio de 2013

Mãe

Ela que suportou nove meses de peso extra, enjoos, abstinência alcoólica e cansaço. Ela que aguentou todas as contrações e dores insuportáveis. Que passou noites acordada para que seu bebê dormisse como um anjo. Ela que trocava fraldas com odores desagradáveis, que dava seu peito a alimentar sua menina não importava a hora da fome e que com ajuda de cascas de banana aguentou a forte acidez da saliva da sua pequena.


Ela que ajudava a se vestir para a escola, quem escovava e trançava o cabelo até que ficasse perfeito. Ela a quem contava sobre meninos, quem te escutava e não julgava, que não ria dos amores de menina. Ela que manteve existente toda magia de contos de fada.

Ela que sempre estava lá para te acolher, que por mais que o corte fosse pequeno cuidava com carinho, passava remédio e finalizava com um beijo pra sarar. Ela que te ensinou a pintar as unhas e a passar batom. Ela que te explicou o que era menstruação, que te levou pela primeira vez no ginecologista e ela quem riu de você na sua primeira sessão de depilação. Ela quem estava sempre lá, segurando sua mão ao tomar vacina, ao tirar sangue e a secar tuas lagrimas. Ela a quem contasse do teu primeiro beijo e que te dava mil conselhos. Ela que ilegalmente te ensinou a dirigir. Ela que por você mataria e morreria.

Ela que me fez enxergar a vida iluminada, que me fez abrir os olhos e acreditar em anjos. Ela que me ensinou a amar, perdoar, esquecer. Ela que me ensinou a viver, que me deu a mão, que me suportou nos primeiros passos. Com ajuda de um maravilhoso homem ao seu lado fez tudo isso sendo a pessoa mais pura, incrível e linda que já conheci.

Mais de dez mil quilômetros longe de você. Abraço-te em 57 dias e amo-te eternamente.