Ele pergunta o que me aflige, respondo que hoje tudo
me aflige. Acordei bem, mas o desenrolar da manhã me provocou angustia somada
com nervosismo ‘pré-prova’. Não estava bem. Procurei conforto após o almoço,
mas não encontrei. Tudo piorou e me vi perdida em vozes da minha cabeça. Eu não
sabia o que falavam, mas sabia que estavam lá provocando caos continuo. Ao
caminhar cada passo que eu dava era menos tempo pra mim. Menos tempo para que
eu pudesse me acalmar e organizar minha mente. Ao atravessar a última rua quase
desabei. Tive que conter meus olhos cheios de lagrima que insistiam em se
formar . Era tarde porém procurei o abrigo que deveria ter procurado
anteriormente. – Mãe, não estou bem. – Esperando resposta respirei fundo
algumas vezes. O celular tocou e ao atender tudo que havia acumulado escorreu
pelo meu rosto de uma vez só. Encontrei calma lentamente. Eu sabia que tinha
uma prova a fazer e por mais que quisesse não podia escapar. Entrei na sala e
em silencio sentei. Durante trinta minutos fiz tudo. Lia as frases e perguntas,
mas sabia que minha mente não estava completamente lá. O sinal bateu e me
trouxe alívio. Me sentia sufocada naquela sala. Saí rapidamente, respirei ar
puro e fui buscar o abrigo que um dia quis e achava ter, possivelmente, encontrado.