quarta-feira, 4 de julho de 2012

Quatro


Olhei aqueles olhos que se aproximavam dos meus. Sua mão na minha cintura me puxava em direção a ele. Eu me sentia envergonhada, não deveria porque me sinto confortável e segura com ele. Quando eu estava perto suficiente sua mão deslocou-se ao meu pescoço e arrumou meu cabelo loiro que teimava em cair em meu rosto. Ele estava confiante e calmo, sabia o que fazia. Essa experiência dele me deixava bem. Estava em boas mãos. Fechei meus olhos e deixei-o me guiar. Tudo pareceu ensaiado, com movimentos e sons milimetricamente sincronizados. Todas as minhas preocupações sumiram e não pensava em nada. Dentro de mim costumava existir um mar com ondas rigorosas e quando ele aparecia surfava nelas como se não houvesse nada.
Mágica interrompida e olhares cruzados. Devo ter corado por imaginar que por algum motivo pudesse ler minha mente. Com cara de boba, ri e me apoiei em seu peito. Em busca de conforto passou seus braços e me firmou contra seu corpo que na noite fria me esquentava. Senti seus batimentos um tanto quanto rápidos, entretanto ele não parecia se incomodar. Beijou minha testa chamando minha atenção. Então, procurei seu olhar novamente. Quando encontrei tudo parou, me entreguei novamente.