sábado, 18 de agosto de 2012

Consequências


Muitas coisas aconteceram, mas não escrevo sobre elas. Tenho medo, só digo isso. As indesejadas lágrimas de sempre caíram à espera de um telefonema. A esperança de melhorar se foi ou escondeu-se fundo. Boca seca ao contrario dos olhos. Toda eletricidade do quarto foi desligada. O computador sem energia nenhuma em esperança que uma parte da agonia passasse. Voltei a escrever como antes, com raiva. Não raiva de mim, talvez raiva dele, certa a raiva do tempo. A tinta da caneta escorrega rápido no papel. Tento escrever à medida que certos pensamentos aparecem. Não paro para que outros mais complicados não apareçam. Não quero descobrir partes piores que essa. Quase sem mais lagrimas tomo um gole d’agua e respiro fundo. Largo a caneta e encosto a cabeça no travesseiro à espera de algo que não chegou. Em seu lugar, com novos pensamentos, mais lagrimas apareceram.