Muitas coisas aconteceram, mas não escrevo sobre elas.
Tenho medo, só digo isso. As indesejadas lágrimas de sempre caíram à espera de
um telefonema. A esperança de melhorar se foi ou escondeu-se fundo. Boca seca
ao contrario dos olhos. Toda eletricidade do quarto foi desligada. O computador
sem energia nenhuma em esperança que uma parte da agonia passasse. Voltei a
escrever como antes, com raiva. Não raiva de mim, talvez raiva dele, certa a
raiva do tempo. A tinta da caneta escorrega rápido no papel. Tento escrever à
medida que certos pensamentos aparecem. Não paro para que outros mais
complicados não apareçam. Não quero descobrir partes piores que essa. Quase sem
mais lagrimas tomo um gole d’agua e respiro fundo. Largo a caneta e encosto a
cabeça no travesseiro à espera de algo que não chegou. Em seu lugar, com novos pensamentos,
mais lagrimas apareceram.