quinta-feira, 15 de março de 2012

Tortura do inconsciente


Eles estavam juntos novamente, em um lugar onde um dia ele havia prometido que a levaria. A grama era verde e o céu estava azul como nunca esteve. Algumas meras nuvens solitárias que vagavam sozinhas por aquela imensidão do céu não tampavam o brilho que vinha do sol. Eles estavam somente sobre uma toalha, dois corpos que se enlaçavam carinhosamente querendo ser um só. A única coisa que os acompanhavam era o violão, o resto, supérfluo, havia sido deixado no carro longe dali. Eles estavam com as duas coisas que mais importavam na vida deles. Um ao outro e a musica que corria calorosamente na veia de cada um deles. Ele acompanhava com uma melodia suave aquela voz neutra dela que em cada nota que era cantada expressava uma mistura de tudo que existia naquele coração. Os olhares se cruzavam e sorrisos eram lançados ao vento. O silêncio da natureza era quebrado com o barulho dos beijos dados. Depois do ultimo beijo abriu os olhos e a pior sensação do mundo tomou conta dela. Era só um sonho. A saudade fez com que seus olhos cobrissem de lagrimas e instantaneamente transbordassem. Os soluços que então surgiram no meio da respiração acelerada fazia com que cada vez mais seu corpo inteiro se enchesse de dor. Um ódio do tempo foi despertado. Ela odiava que ele tinha passado e levado tudo que um dia teria existido entre eles. Minutos e depois horas correram no relógio. Ela abraçada firmemente no travesseiro se acalmava. A respiração voltava a seu ritmo normal. Fechando os olhos e pegando no sono novamente ela mergulhava naquele universo de sonhos que teimava em torturar aquele coração já frágil demais.