Eles estavam juntos
novamente, em um lugar onde um dia ele havia prometido que a levaria. A grama
era verde e o céu estava azul como nunca esteve. Algumas meras nuvens
solitárias que vagavam sozinhas por aquela imensidão do céu não tampavam o brilho
que vinha do sol. Eles estavam somente sobre uma toalha, dois corpos que se
enlaçavam carinhosamente querendo ser um só. A única coisa que os acompanhavam
era o violão, o resto, supérfluo, havia sido deixado no carro longe dali. Eles
estavam com as duas coisas que mais importavam na vida deles. Um ao outro e a
musica que corria calorosamente na veia de cada um deles. Ele acompanhava com
uma melodia suave aquela voz neutra dela que em cada nota que era cantada
expressava uma mistura de tudo que existia naquele coração. Os olhares se
cruzavam e sorrisos eram lançados ao vento. O silêncio da natureza era quebrado
com o barulho dos beijos dados. Depois do ultimo beijo abriu os olhos e a pior
sensação do mundo tomou conta dela. Era só um sonho. A saudade fez com que seus
olhos cobrissem de lagrimas e instantaneamente transbordassem. Os soluços que então
surgiram no meio da respiração acelerada fazia com que cada vez mais seu corpo
inteiro se enchesse de dor. Um ódio do tempo foi despertado. Ela odiava que ele
tinha passado e levado tudo que um dia teria existido entre eles. Minutos e
depois horas correram no relógio. Ela abraçada firmemente no travesseiro se
acalmava. A respiração voltava a seu ritmo normal. Fechando os olhos e pegando
no sono novamente ela mergulhava naquele universo de sonhos que teimava em
torturar aquele coração já frágil demais.